Parado. Parado. Paradas
as horas
no relógio cansado
esquecido,
como já
pouco importam as horas
ponteiros cansados carregam
o fardo, movimentar
o tempo parado
impresso em círculos
na parede, em
luzes intermitentes.
Cansados, porque já
pouco importam as horas
horas
as horas arquivadas
relógios apontadores
dos destinos de cada recorte
que não vale,
porque a vertigem da escolha
já abandonou as horas
tic, tac, tic, tac, tic, tac
é, não é, sim, não, certo, errado, desarrumado, pronto,
tic, tac, tic, tac, tic, tac...
segue um relógio de inconsistências
espaço vazio e busca.
um relógico ocupado de mim
dos segundos arrastados, eternizados
espera: tic, tac, tic, tac, tic, tac...
haveria ali um espelho a devolver minha outra metade
agora perdida, agora esquecida, distante
consumida nas chamas de si, nos seus próprios ponteiros
ponteiros parados
tempo, tempo, tempo
até ensurdecer despertado
inevitável destino da escolha já feita
tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac
fim do tempo de espera
[este poema esta em Recortes dos Dias, outro projeto, quase. Penso ter escrito com os olhos cheios de Ferreira Gullar, em algum lugar de 2005]
Um comentário:
A veces con poco mucho se dice
Y no todo puede ser expresado con palabras
Pero existen momentos en que se precisan,
Para dar libertad y paz al pensamiento
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