quinta-feira, 7 de abril de 2011

oirártnoc

pois o amor é bem
um contrário

isso que quanto mais vai
mais vem

esse jogo de pregar a
defesa aberta

esse empréstimo a
fundos perdidos

essa casa gigante
de brisas

um silêncio que quer
dizer muito

um enxergar a infinitas
distâncias

este agora que evapora a
fazer chover

esse resto que ocupa o
centro da mesa

essa coisa gigante que a
gente não tem

e insiste no dar a um
outro qualquer

Clínica É

a clínica é um tijolo
uma marquise abarrotada
de olhos que bisbilhotam

uma calçada apinhada de
gente às pressas com a chuva
que se avizinha na esquina

um elevador ensardinhado de
homens e mulheres confusos
sobre o andar em que descer

é a arquibancada empolgada
com o lance relâmpago que
quase resulta em gol contra

um teatro lotado de lobos
pelo fim do espetáculo pífio
que lhes atrasa a pizza

a clínica é uma balbúrdia
a gritaria dos histéricos e a
pressa circular dos compulsivos

a clínica é crítica, clítóris,
clivagem, clímax, ou clara,
dissimulada; feito capitu