toda pressa reprime
um silêncio
enquanto ponteiros
sequestram corações
o asfalto falseia
os contornos do tempo
e de solidão ninguém
se orgulha nas madrugadas
um dia é uma coleção
de vontades
braços quentes,
arremedo de útero
enquanto o cais
é um covarde viajante
toda invenção é aragem
em pulmões inférteis
toda poesia é lamento
êxtase e aparição
Um comentário:
Ás vezes,gostaria de ver poemas apenas com os olhos; seco de pensamentos.
Recolher imagens,as que se escondem à sombra das metáforas.
É que pensar sobre um texto é refazer a experiência simbólica do outro.
É deixar na alma o gosto indefinido da (i)realidade.
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