quinta-feira, 15 de maio de 2008

Cerrado

Terra
em milagre,
desenganada.

hoje,
assentado
em mim,
conheço o cerrado
do impossível.

na picada
rachada
a gritos -
verdades
retorcidas
em galhos
hirtos, mato.

um campo
sem sombras
esconderijos?

tudo
é sem parada:
revoada
florada
corredeira
pó.

o cerrado é
enquanto
recolho
pedras.

peças
no pra-sempre
desses todos
quebra-cabeças

Um comentário:

Anônimo disse...

Cerrado?
Natureza viva quase morta;
encantadora fraude
a sustentar-se sobre colmos secos
e a inspirar homens da sua linhagem
a produzir pérolas no deserto.
Parabéns Rogério.
Lindo, o seu poema.