segunda-feira, 5 de maio de 2008

Meta-poesia

o vermelho
habita
a poética
parida
em mim

olhos
crepúsculos
estrelas
bandeiras
flores e
sangue

é do que
me farto
pratos-feitos
diários
minha rubra
- desejosa
do incendiário -
produção

a respeito
do cotidiano
mastigado
é que escrevo
como se
minha paixão
fosse o
relógio de ponto
o café no balcão
lotação, pressa
fila
feijão

sobre tudo
o que me
serve de
invenção
incorporo
mastigo
mastigo
quando termino
e devolvo.
a lápis
da minha mão
secreção poética

tudo o que penso
tomo emprestado
licencio
furto concepções,
isso.
assim deveria estar:
eu,
credor do que
ao meu redor
existe

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