quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sempre infâncias

o mundo, era do tamanho
da rua da minha casa à
escola professora Kazuco Ohara

de tão pequeno, ele era bonito

no campinho fiz meus primeiros gols
e ali experimentei o nascer da inveja:
como jogava bem o tal do Saraiva

de tão bom, a gente tinha medo

cresci em uma descida, e o
desejo era ser o time a atacar para cima
- ainda tento entender o porquê.

de tão torto, meu coração só conheceu enxurrada

naquele dia eu conheci Renata
tinha sorriso bonito e pele
que entendi morena. pouco toquei

de tão longe, evaporou de todas as tardes

foi a primeira, onde tudo ainda é.
ainda vou à escola no depois do almoço
enquanto Renata deixa a rua vazia

3 comentários:

Anônimo disse...

É. Bonito esse ser por escrito. Escrever de subir e des-cer, ladeiras.
Cristiane Barreto

Rogério Silva disse...

Cris. Tem um pedaço de mim arrastado nestes dias. Meu caderno sempre comigo, rabiscos, rabiscos, mas também muito silêncio das letras. A infância é um caminho. Sempre é. Sempre de-ser, descer à beira de onde a gente acaba por não existir. Beijo grato pela presença.

Anônimo disse...

A gente tem mesmo que arrastar cada pedaço. No caminho, dar destinos a eles. Descansar da escrita te fez bem, ela retornou assim: reduzida! Escrever é.
Cris Barreto