Doze vezes despertei
em lençóis azul-claro
dobram os sinos em mãos
sobre meus cabelos, na
Plaza Miracle del Mocaoret
uma badalada e bebo
a José Marti libertador
outra baladada
aos homens-peixe no leito do rio
outra ao tempo
que adormeçeu na calçada
outra ao vinho
solvente de toda certeza
outra à noite
que desencoraja gente apressada
outra às putas
que semeiam flores na cidade
outra aos tapas
por devorarem a fome
outra aos loucos
a romper gaiolas dentro de mim
outra aos barcos
semeadores das lonjuras do mar
outra ao verão
fogueira ardente sobre nós
outra a estas ruas,
trama de linhas
urbanas com que
costuro poemas
e a décima segunda,
badalada aos
amigos e amores,
porque rabiscam
pelos tampos das mesas
os melhores traços
do meu rosto
Nenhum comentário:
Postar um comentário