Não esqueci Rosa
rabisco aguçado
do raso querer
e do tanto saber
deste ó-em-pó, povo
Nem desfisguei-a
ou a desli, no fundo
de meus raros juízos
Não esqueci Rosa
palavra-de-costura
em todo vão e rasgo
onde se aninha a
política deste uai
jeitão-de-gente
Nem o apaguei,
ou encabrunhei meu
gosto em filosofá-lo
Não esqueci Rosa
passarão-de-grito
carta de esgarçar
segredos que a gente
só escondeu de si
Nem acomodei-a
ou dependurei seu gosto
feito réstia do que já passei
Não esqueci Rosa
dona de rasgar picadas
por onde todo macho
já havia deitado um fracaço
em cachaça de esquecimento
Nem eu o encerrei, ou
prateleirei o guizo do
bicho que os nós acorda
Não esqueci Rosa
esse corpo de dizer anzóis
e enganchar todo furto
da prontidão que o peão
merece pra não arriar
Nem eu a perdi, ou
a verti num último gole
da água que chorei acabar
Nem não deixei poeiras
enganarem os tempos
no que destilamos ordens
Nem me fiz inquieto
Nem me mordi de incômodos
Nem me passei de Minas
Não apaguei
não desmedi
não desliguei
nem devolvi
os fardos lautos
de sabidos destinos
Não, nem nada, nonada,
eu ancorei aqui.
nem Guimarães partiu
nem me esqueci Roseni
3 comentários:
Puxa, puxa, puxa, muuuuito belo este. Revivi os sertões, os meus, tão esse ser aqui...
...Mas eu gostei mesmo foi deste aqui. É tao bonito, que se afastou de mim imediatamente! E eu pensei outra vez: é meu, só pode ser meu. Mas, qual nada, é de novo um poema que outro escreveu. Merci!
Cristiane Barreto
Pois então é seu, uai!
Postar um comentário