eu vivi numa
segunda-feira
quando o vampiro
do tempo
permiti atravessar
de um cheiro de
coisa esquecida
aí desfiz as
trouchas de pedras
que pesavam meu peito,
e irmanei o vôo arisco
e sem-lá dos bem-te-vis
eu vivi em tempo
naquele dia qualquer
quando fiz
saber que meus versos
são inquilinos de mim
aí eu desenhei
espaços e colori em
verde, vermelho e será
os destinos que n'outro
dia ainda escarrava o
senhorio que não conhecia
eu vivi num
sopro breve
daquela firme estação
de um ano que
escolheu por não
mais ter fim
aí eu desfiz as
malas dos fios já
grisalhos da barba
que teima me
acompanhar no ermo
renovado do meu corpo
e vivi num som
acelerado de outra
vida que se fez chegar
no arco de uma dor
que não fez mais curva
a culminar encontros
e nas caixas que esvaziei
tudo porque era
segunda-feira no quadro
azul da minha janela,
e porque nela,
eu resolvi morar
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