quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Rosa

Não esqueci Rosa
rabisco aguçado
do raso querer
e do tanto saber
deste ó-em-pó, povo

Nem desfisguei-a
ou a desli, no fundo
de meus raros juízos

Não esqueci Rosa
palavra-de-costura
em todo vão e rasgo
onde se aninha a
política deste uai
jeitão-de-gente

Nem o apaguei,
ou encabrunhei meu
gosto em filosofá-lo

Não esqueci Rosa
passarão-de-grito
carta de esgarçar
segredos que a gente
só escondeu de si

Nem acomodei-a
ou dependurei seu gosto
feito réstia do que já passei

Não esqueci Rosa
dona de rasgar picadas
por onde todo macho
já havia deitado um fracaço
em cachaça de esquecimento

Nem eu o encerrei, ou
prateleirei o guizo do
bicho que os nós acorda

Não esqueci Rosa
esse corpo de dizer anzóis
e enganchar todo furto
da prontidão que o peão
merece pra não arriar

Nem eu a perdi, ou
a verti num último gole
da água que chorei acabar

Nem não deixei poeiras
enganarem os tempos
no que destilamos ordens

Nem me fiz inquieto
Nem me mordi de incômodos
Nem me passei de Minas

Não apaguei
não desmedi
não desliguei
nem devolvi
os fardos lautos
de sabidos destinos

Não, nem nada, nonada,
eu ancorei aqui.
nem Guimarães partiu
nem me esqueci Roseni

3 comentários:

SRTA. LÓRI CAPITU disse...

Puxa, puxa, puxa, muuuuito belo este. Revivi os sertões, os meus, tão esse ser aqui...

Anônimo disse...

...Mas eu gostei mesmo foi deste aqui. É tao bonito, que se afastou de mim imediatamente! E eu pensei outra vez: é meu, só pode ser meu. Mas, qual nada, é de novo um poema que outro escreveu. Merci!
Cristiane Barreto

Rogério Silva disse...

Pois então é seu, uai!