quarta-feira, 22 de abril de 2009

de-Diadorim

nosso amor veio nascer
nas gerais, nos campos
deitados sob o milagre
das flores de tudo cerrado

veio brotar da boca
amarrada de Riobaldo,
de tanto não dizer,
pra escorrer água
nas quedas do tempo

veio amanhecer nas
janelas dos ares e tinas
realizar as promessas da
boneca namoradeira, e de
toda mulher-mãe que
foi jurar penitências

veio em coragem,
a galopes abrir veredas
no infinito das terras do peito
que, feito em sertão e silêncio
a gente preferiu desalmar
em não se acostumar a pisar

veio em aviso
celeste e cadente,
veio em estouro,
contra-agouro
certeza que nem
não se quis evitar

2 comentários:

paulo emidio disse...

Prezado Rogério: mapeei palmo-a-palmo este nosso planeta, na implacável, cansativa e incessante procura de teu pai, que foi um dos maiores-(se não o maior)-amigo que fez parte da minha juventude.A busca terminou. O óbolo, o prêmio pela minha persistência, que -confesso- estava já moribunda, foi coroada de êxito. Por ora, não vou comentar teu poema; mas tua veia poética, que certmente é herança genética de teu pai. O teu irmão mais velho, eu vi nascer. Infelizmente,não tive a dádiva de ter visto VOCÊ nascer, pois o destino separou os dois amigos, que agora, ambos em provecta idade, teimamos em nos manter vivos para, em breve, nos reencontrarmos e resgatarmos nosso passado, poi teu progenitor faz parte das minhas mais felizes lembranças...

Rogério Silva disse...

Paulo. Feliz com sua mensagem e com as pontes que sempre se pode refazer e atravessar. Um grande abraço.