domingo, 16 de agosto de 2009

Pardal

Um pássaro
é um passo
na direção
de Deus

Nem que tudo
seja o
sem estradão

Os destinos dormirão
no seu canto
sempreando
fantasias
de que viver
é uma ciência
a réguas

Mas só sabe
o pássaro
quais segredos
são existir

Esse insistir
nos ares
nas dores de
tudo o que se
está a parir
na promessa
do que não se sabe
no cálculo que
nunca fecha
desses quais
areiões em que
tantos pés
soçobraram:

pois garimpa fulano!

Mas só sabe o pássaro
que toda certeza
se perde nos
arremedos ninhos
que são nuncas-mais
nisto que qualquer sol
em qualquer intenção
quer batizar destino

Um porto a povoar sempre
os sonhos dos homens

Enquanto um vôo
cego e arisco
no improviso de
todas as horas
calibra de falta e suspiro
a solidão de quem
tenta saltar

Um comentário:

SRTA. LÓRI CAPITU disse...

Eu aqui de novo, espiando seus poemas. Belo voo este seu, pelos areiões do infinito particular...