sábado, 17 de janeiro de 2009

Sons emprestados

essa poesia é som.
e só.
rito de emprestar
máscaras a esses avessos
de tanto barulho,
é a obra-de-bico
néscio ato de remendar o
Tao no meu peito
em papéis

nenhuma palavra basta
meu canto é a nesga
do que eclode nesse
Isso que tanto
me atravessa

fardo e deleite diários.
opero no meu texto
a rotulagem do infinito
mar de dejetos-desejos
que tomba destes interiores,
linha-de-produção sem
interlúdio, sirene, parada

suspiro em tentativas
de traduzir angustias
mas as palavras são
sempre fotos tremidas
tímidas cartas
edemas sem lastro
anátemas das
Reais sensações

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