as seriguelas cheiravam quintal,
da árvore magra no
fundo da casa onde a
gente colhia jóias e
cuspia esquecimentos
o torto era só virar caroço,
desrepresar no mato
o resto de tudo que
se mastigava coisa-séria
ali a meninada juntava tardes
e rasgava juízos diante
de qualquer precisão de caçada,
corrida, bola ou jogo-de-esconde
[mas ali fazia também um querer
de outros projetos, mais terra]
e um fio de futuro
sempre pendia da
janela aberta
- já no finalzinho,
por onde um grito impreciso,
mais bobo do que bravo,
vinha sequestrar o sem-teto
de cada dia.
de tudo, o espírito
da cidade, foi o que
mais herdou
Um comentário:
Tanto tempo sem vir aqui. E encontrei seriguelas em seu quintal. Adoráveis! As poesias e os frutos.
Cristiane Barreto
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