quarta-feira, 8 de junho de 2011

Igrejas

Nós pega o pexe, José
faz um pirão daqueles
de fazer rir as orelha
- era o que gostava o Coronel, pois.

que de nada gosto em lembrá
nós pega hoje é pra nós mesmo.
o dele fazia sempre em correção
nem bastava o pirão,
era preciso dizê o certo:
[nós pegamos o peixe, José]
mas eu num era boba nem nada
eu fazia em teimar no assunto torto
porque era uma diferença:
a língua dele, a língua nossa
nós não era igual.
não é. sem os juízos
mas ele passava o corretivo
em cada frase que nós falava
era como uma igreja
onde tinha o certo,
- os categórico, não?

era tudo uma função
de fazer os mandos
quanto mais s mais rico
- nunca vi isso

mas na terra é assim, até pela boca
a gente é tomado pelas mandanças.
Agente? Nada, muitas vezes é Empedrado mesmo
e hoje vou decidir que não quero mais
vai pescá o pexe, José.
nós faz a comida na volta
vou agora é prepará as panelasssss
e vou por s
porque quero a barriga
feito patrão

hoje o Coronel não come
hoje é dia de inversões...
e hoje vai se encontrar cartilha
onde meu penso, peso, força
tem também vez

Um comentário:

sh disse...

Que bom fabricar sentidos nos contrários, fazer um EU, mesmo que seja pela diferença da lingua.
Linda a poesia e o enfoque.

sh.