A prótese eletrônica
não engana nada
o encantamento
as urnas são velhas
bocas banguelas
em cíclica reinvenção
das coisas das cidades
boca faminta
devoração de desejos
mastigação autofágica
digestão...
digestão...
digestão...
barriga cheia
indigestão
nutrição-sã
intoxicação
excremento
movimento
excremento
tua cabeça alimenta
as ruas e as hienas.
e tu sabes!
então: sujeito ou salsicha?
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Resistências
a porta é fechada.
e em toda palavra
mora um quarto escuro
o pouco das falas
não é que é a gente
mesmo. Não moça.
o silêncio é a
barriga grávida
dos nossos destinos
é um menino que
vai beber da luz e
desenganar da solidão
como em toda novena,
cada conta é um pedregulho
na aragem das mãos
cada palavra uma conta
um calo no dorso do tempo,
Parrão a me cobrar.
[madrugada na roça. escuta o eco que faz]
o silêncio é um jeito
arisco de não estar
na mira das vozes
a palavra parada
tem os olhos fechados
no esconderijo de si
e o pior cego?
aquele que tem
medo de ver
porquê o querer é
só uma bala atirada.
é sem importância.
quem manda mesmo
são outros macacos,
outras resistências
e em toda palavra
mora um quarto escuro
o pouco das falas
não é que é a gente
mesmo. Não moça.
o silêncio é a
barriga grávida
dos nossos destinos
é um menino que
vai beber da luz e
desenganar da solidão
como em toda novena,
cada conta é um pedregulho
na aragem das mãos
cada palavra uma conta
um calo no dorso do tempo,
Parrão a me cobrar.
[madrugada na roça. escuta o eco que faz]
o silêncio é um jeito
arisco de não estar
na mira das vozes
a palavra parada
tem os olhos fechados
no esconderijo de si
e o pior cego?
aquele que tem
medo de ver
porquê o querer é
só uma bala atirada.
é sem importância.
quem manda mesmo
são outros macacos,
outras resistências
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Pausas
Fumaça nos olhos: difícil escrever. É o porquê dos dias de pausa. Mas não se trata de poesia vazia, ou de sujeito calado. Não desisto das letras, tampouco temo errar nas novas regras gramaticais. Não, não. É mais...
A cidade está fria e cinza, mas é só nas aparências. Por aí os dias seguem na efervecência do tudo pode acontecer. São dias de disputas, onde tudo vale voto e projeto. Dias de sobe e desce. Dias da grande crise que temo e desejo. É um tempo de fazer escolhas, como são todos os dias.
Mas sérá que a gente se lembra mesmo que pode escolher? Será que a gente consegue ver diferenças? Que há uns e outros? Que há histórias em jogo? Que há telenovelas e romances disputando nossas cabeças?
Estes são dias para leituras. Tempo para exercitar os olhos em enxergar silêncios e contrários. Quero ver narizes a farejar velhas armadilhas. Eu quero ter um Outubro em homenagem à memória. E te convido a produzir perguntas. Vou começar:
Se a gente chamar uma rapoza de bem-te-vi, ela vai parar de roubar galinhas?
A cidade está fria e cinza, mas é só nas aparências. Por aí os dias seguem na efervecência do tudo pode acontecer. São dias de disputas, onde tudo vale voto e projeto. Dias de sobe e desce. Dias da grande crise que temo e desejo. É um tempo de fazer escolhas, como são todos os dias.
Mas sérá que a gente se lembra mesmo que pode escolher? Será que a gente consegue ver diferenças? Que há uns e outros? Que há histórias em jogo? Que há telenovelas e romances disputando nossas cabeças?
Estes são dias para leituras. Tempo para exercitar os olhos em enxergar silêncios e contrários. Quero ver narizes a farejar velhas armadilhas. Eu quero ter um Outubro em homenagem à memória. E te convido a produzir perguntas. Vou começar:
Se a gente chamar uma rapoza de bem-te-vi, ela vai parar de roubar galinhas?
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